sábado, 10 de maio de 2008

Semana Santa em Monte Oliveto Maggiore





Era marco de 1989, primeiros dias de primavera e no domingo de Páscoa seguinte iniciava o horário de verão italiano. Uma quarta-feira e viajava de trem de Milão para Florença e apos Siena em que pegaria um terceiro trem para a cidade de Asciano, nos dia precedentes já estivera com a irmã de meu bisavó, Zia Carolina (98 anos), minhas primas Carla, Mariuccia, e Rita em Arona, uma cidade turística as margens do Lago Maggiore, também estivera no colégio das freiras Rosminani na cidade de Stresa, em que minha nonna Stella, quando jovem e antes de voltar ao Brasil estivera interna com a sua irma mais velha; Tia Rolinha (Ruth). Também estive na celebre cidade de Legnano na província de Milão, em que Alberto da Giussano travou celebre batalha com Frederico Barba Vermelha, e que hoje (infelizmente) e o monumento de Giussano em uma pequena praça enfrente a antiga industria Franco Tosi o símbolo (logo) da Liga Norte de Umberto Bossi.
Mas voltemos a Toscana e as suas colinas verdejantes em que o trem percorria em pequenos aclives e declives, quanto mais tarde ficava, uma tensa nevoa (neblina) ofuscava a minha visão e ja quase noite cheguei a Asciano, sabia que ir para Monte Oliveto Maggiore seria tarde, não tem ônibus naquele horário, também nao avisara aos monges da minha chegada e estava com frio e fome para fazer uma caminhada de quase oito quilômetros. Caminhei pelas ruelas de Asciano e encontrei um pequeno alberghe e ali arrumei um simples quarto e antes de deitar fui ao restaurante do hotelzinho e tomei uma ótima minestroni com pão e vinho da casa. Fumei um cigarro e fui dormir. Ao amanhecer apos o banho diário e la prima colazione (café expresso e uma brioche), telefonei de um aparelho publico (ainda a gettoni ou seja fichas) a Abadia de Monte Oliveto Maggiore e falei com o hoje falecido Fra Paolo Eppers, que era quem cuidava da pequena loja de souvernirs do mosteiro. E assim em pouco mais de meia hora dois jovens monges de habito branco chegavam de automóvel para me levar ao aquicenobio olivetano. Eram Don Celso Bidin (celeleiro ou ecônomo da abadia) e Don Luca Boldrin (da Abadia Olivetana de Lendinara) que fazia o noviciado na Casa Madre dos monges Olivetanos.
Don Celso dirigia o seu Fiat Panda (4x4) velozmente pelas curvas sinuosas da estrada que leva ate o eremiterio, o dia era de sol, céu azul ,e não fazia frio e observava as placas de sinalização de advertência que na estrada cruzava animais selvagens e para não correr no inverno, devido ao gelo que formava-se na estrada estreita e de mil e uma curvas.
Quem vem de Asciano não possui uma panorâmica geral da abadia, somente quem vem do sentido contrario através de Buonconvento e Nazaria. Assim, não tive o prazer de ver pela primeira vez aquela construção majestosa de tijolinhos quase que vermelhos em sua totalidade, mas ao ver a torre com a sua ponte monte (como aqueles castelos medievais que encontrava somente na minha imaginação infantil e nos livros de historia e lendas), me senti chegando a um paraíso medieval, parado no tempo.
Apos percorrer algumas centenas de metros da torre ate o cenóbio, circundado de inúmeros ciprestes e que me deparei com o meu objetivo: o que estaria a fazer naquele local, ali seria por um bom tempo a minha residência, o meu trabalho, ou seja o meu Orat et labora. Chegamos, descarreguei as malas, fui apresentado a Fra Paolo e logo em seguida ao Padre Abade Geral; que era uma figura mansa, calma, de fala baixa e de uma simplicidade incrível; Don Maurizio Contorni e ao Padre Prior Claustral, o francês Don Bernardo Di Martin que mandou providenciar um pequeno apartamento para mim na foresteria monástica, a Abadia era com todas as suas inúmeras celas monásticas plena de sacerdotes e religiosos que vieram fazer exercícios espirituais e retiro monástico naquele período pascoal. A foresteria também era plena de turistas e de leigos que reservaram com muita antecedência aquele local para passar a Páscoa, e assim tive a oportunidade naquelas noites de conviver com muitos jovens italianos, alemães, holandeses e de outras nacionalidades européia que ali foram buscar algo a mais, ou mesmo refugiar-se de um mundo que mudava rapidamente em seus modos e costumes. Já naquela manha participei das solenes liturgias sentado em minha stala no Coro Monastico da Igreja Abacial de Monte Oliveto Maggiore.
1 S. Gregorio al Celio im Quattrocento: Abt Amatisco, Reform von Monteoliveto und Stilinnovation / Senekovic, Darko - In: FS Peter Cornelius Claussen (2004)
2 Alcuni esempi di "litterae participationis" dei monaci benedettini di Monteoliveto / Cattana, Valerio - In: Scritti Gregorio Penco (2003)
3 Da Monteoliveto minore al camposanto monumentale della Misericordia / Mazzoni, Gianni - In: Siena, Le Masse. Il terzo di città (1994)
4 Napoli sacra. Guida alle chiese della città. Tl. 4: Santa Chiara, Gesù Nuovo, Monteoliveto, Santa Maria la Nova. Napoli, 1993
5 Corali e minii per Santa Maria di Monteoliveto / Toscano, Gennaro - In: Miniatura a Napoli dal '400 al '600 (1991)
6 Un nuovo disegno del Sodoma per Monteoliveto Maggiore / Zambrano, Patrizia - In: Paragone. Arte. Rivista mensile di arte figurativa e letteratura 41, 487 (1990)
7 A new work by the Monteoliveto master / Vertova, Luisa - In: The Burlington magazine 112 (1970)
8 La fondazione di Monteoliveto di Napoli / Strazzullo, Franco - In: Napoli nobilissima: rivista bimestrale di arte figurative, archeologia e urbanistica 3, 3 (1963)
9 L'abbazia di Monteoliveto / Carli, Enzo . Milano, 1962
10 Il convento di Monteoliveto presso Siena / Liberati, Alfredo - In: Bullettino senese di storia patria. Rivista dell'Istituto d'Arte e di Storia del Comune di Siena 40 (1933)
11 I corali miniati di Monteoliveto Maggiore conservati nella Cattedrale di Chiusi / Di Cocco, Giovanni - In: La bibliofilia. Rivista di storia del libro e di bibliografia 12 (1911)
12 Rivista storica benedettina / ed. dell'Ordine dei Benedettini di Monteoliveto, Roma 1906 - 1955



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