segunda-feira, 12 de maio de 2008

Abadia Cluniacense de Rodengo Saiano 3



Don Placido, di origine veneta, è l'ospitalario dell'Abbazia. La sua figura è centrale nella congregazione dei Monaci Benedettini, che dedicano la loro vita all'accoglienza dei pellegrini.
Don Placido è il punto di riferimento per i gruppi, le associazioni o i singoli visitatori che chiedono di approfondire la loro conoscenza sul monachesimo e sulla Regola Benedettina che fa dell'"Ora et Labora", il cardine attorno a cui ruota l'intera comunità. L'ospitalità, contemplata nella Regola stessa al capitolo 56, ha per i Benedettini una duplice valenza: mira alla cura sia dell'anima, sia del corpo del pellegrino, che cerca pace e serenità. Don Placido aiuta i visitatori a riflettere sulla figura di Benedetto e cerca di trasmettere il loro ideale monastico.
Il suo percorso spirituale è cominciato presso il Monastero degli Olivetani a Camogli, dove è rimasto fino agli studi ginnasiali. Ha frequentato poi il liceo classico presso il Monastero di Seregno e a Monte Oliveto ha studiato per quattro anni Teologia. Dopo l'ordinazione a sacerdote è stato presso numerosi Monasteri e per sei anni ha vissuto nella missione di "Nostra Signora della Speranza" a San Paolo, Brasile.

Dom Plácido Rigolin, e originário do Veneto (Rovigo) e e o hospedeiro da Abadia que e um dos pontos centrais da Regra de São Bento, "acolher o forasteiro". E Don Plácido o ponto de referimento para os grupos, as associações e aos simples turistas que desejam aprofundar o conhecimento sobre o monaquismo e a Regra Beneditina, que faz do Orat et labora, um dos carismas em que ao entorno gira a inteira comunidade. A hospitalidade, contemplada na mesma Regra ao capitulo 56, tem para os beneditinos uma dupla função: Olha a cura da alma como ao corpo do forasteiro, que procura paz e serenidade e assim Don Plácido ajuda os visitantes a refletirem sobre a figura de São Bento e desse modo procura de transmitir a eles o ideal monástico. O seu percurso espiritual começou junto ao Mosteiro dos Olivetanos em Camogli (Riviera Liguri), onde freqüentou a escola e os estudos clássicos em Seregno (Brianza Milanes) e o curso de teologia a Monte Oliveto Maggiore. Apos a ordenação sacerdotal passou por varias comunidades da congregação e por seis anos viveu nos mosteiros de Ribeirão Preto e Vila Esperança de São Paulo no Brasil.

Ele e sempre alegre comunicativo e sempre disposto a ajudar e colaborar com a comunidade, e assim pela manha cedinho, apos o Oficio Divino já esta com uma grande vassoura nas mãos a varrer os claustros. Também e um tanto vaidoso e elegante na maneira de cuidar o cabelo de vestir. E a todos os visitantes oferece um pequeno cálice de licor produzido na abadia.

Abadia Cluniacense de Rodengo Saiano - 2



Don Enrico Capaccioli era um monge musico, e com extrema habilidade tocava o órgão da igreja abacial nas missas dominicais, matrimônios e nos dia de semana na pequena capela monástica, em que a comunidade celebrava as horas canônicas e a Santa Missa.
Don Enrico, era natural da Toscana e por alguns anos habitou em Roma nas comunidades olivetanas de Santa Francisca Romana a Santa Maria Nuova e Santa Anastácia (ao interno do Fórum Romano e enfrente ao Circo Maximo respectivamente). Freqüentou a Academia Musical Santa Cecília de Roma e foi professor de musica em varias escolas de belas artes, entre as quais de Matera e Milão. Também foi um dos maiores compositores de musica sacra na Itália, especialmente para órgão, estando as suas partituras musicais editadas pelas maiores casas editoriais da Itália e da Europa.
Amigo fora de monsenhor Domenico Bartolucci maestro perpetuo do Coral da Capela Musical Pontifícia Sistina e nos últimos anos do americano James Edward Goesttsche que e o organista titular da Basílica Vaticana de São Pedro e que também reside na comunidade olivetana de Santa Francisca Romana em Santa Maria Nuova).
Don Enrico nos últimos anos sofria de uma terrível e rara doença, a Síndrome de Corea, que ocasiona movimentos e caretas bruscas involuntários , deixando as vezes as pessoas que não sabiam da sua doença assustadas, mas era incrível que ao tocar o órgão ou o piano, cessava aqueles movimentos involuntários. Já não mais usava o habito religioso devido aos movimentos, era uma pessoa sempre alegre, que procurava participar de todos os acontecimentos da comunidade monástica. Nos últimos tempos em que residi na Abadia ele ficou muito aficionado comigo, sempre me procurava e somente ia para a sua sela monástica apos eu falar que eu iria dormir. Caso mais tarde notasse que eu estava assistindo televisão, ele vinha de pijama e ficava em sua poltrona assistindo o que eu estava assistindo. Notava que ele não deseja permanecer sozinho, que precisava de companhia. E assim também passava alguns momentos aos finais das tarde com ele jogando damas. E muitas historias me contava de sua vida.





Don Nicola Capone nato a Gravina di Puglia il 02/01/1958Studia all'Istituto Magistrale di Matera, e Teologia a Monte Oliveto Maggiore.Dopo l'Ordinazione Sacerdotale frequenta lo studio di Don Ambrogio Fumagalli e la scuola libera del nudo a Roma.In seguito si diploma all'Accademia di Belle Arti di Firenze.Vive nell'Abbazia San Nicoladi Rodengo-Saiano nella Franciacorta, dove oltre a dipingere, restaura libri antichi e stampe nel laboratorio di restauro dellAbbazia.Ha partecipato alla prima edizione di MIART, ad expo art di Montichiari e, di Bergamo.Ha vinto alcuni primi premi a Matera e a Brescia,per la pittura, la grafica e l' arte sacra. Raffaele De Grada premiandolo ha detto che erano anni che non vedeva un quadro cosi'.I ' Fratelli Toniutti' di Bollate (Milano) hanno realizzato vetrate e mosaici per Chiese e locali pubblici su bozzetti di padre Capone.


Dom Nicola Capone nasceu em Gravina di Puglia em 02/01/1958 e estudou no Instituto Magistrale de Matera (ensino medio) e Filosofia e Teologia na Abadia de Monte Oliveto Maggiore. Apos a ordenacao sacerdotal frequentou o estudio de Dom Ambrogio Fumagalli (monge olivetano, que residia no Mosteiro de Santa Francisca Romana junto a Igreja de Santa Maria Nuova, ao interno do Forum Romano) e nesse periodo tambem frequentou a Escola Livre do Nu Artistico em Roma. E apos diplomou-se em na Academia de Belas Artes de Florenca. Atualmente vive na Abadia de San Nicola a Rodengo Saiano, na micro-regiao da Franciacorta (Brescia), onde alem de pintar, restaura livros e stampas antigas no laboratorio de restauro da Abadia. Participou a primeira edicao do MIARTE expondo artes de Montichiari e de Bergamo. Ganhou premios a Matera e Brescia, pela pintura, grafica e arte sacra. Raffaele da Grada o premiando assim declarou: " Que da muitos anos nao se via um quadro assim" . Os irmaos Toniutti de Bollate (Milao) realizaram vitrais e mosaicos para igrejas e locais publicos desenhados por Don Nicola Capone.

Abbazia Olivetana di San Nicola a Rodengo Saiano






Abbazia olivetana di San Nicola
a Rodengo - Un priorato cluniacense originariamente dedicato a San Pietro sorse alla fine del sec. XI, ma nulla ne resta. Nel 1446 papa Eugenio IV assegnava il monastero agli Olivetani. Entro il secolo erano probabilmente completati i chiostri: più antico quello occidentale; di fine '400 il meridionale; rifatto nel 1560-70 (a causa dell'ampliamento dei piani superiori) quello attiguo alla chiesa. In questa fase fu completato e decorato anche il grande refettorio. Nel 1496 entrò nel monastero fra Raffaele da Brescia, al secolo l'intarsiatore Roberto da Marone, autore del leggìo - eseguito su cartoni del Romanino - oggi custodito nella Pinacoteca Tosio-Martinengo a Brescia. Sono invece di Cristoforo Rocchi (1480) le tarsie del coro. Intorno al 1538 Romanino fu chiamato ad affrescare i chiostri. Poi Gambara affrescò l'atrio del refettorio. Nel 1588 Pietro da Marone lavorò nei chiostri e nei corridoi e nel 1608 Grazio Cossali dipinse nel refettorio. Nella chiesa è la tela del Moretto coi Santi Pietro e Paolo. Il convento riprese vita dal 1969 col ritorno degli Olivetani.

domingo, 11 de maio de 2008

A Abadia Cluniasense de Rodengo Saiano - Brescia





Eu fazia parte da família monástica da abadia de San Nicola em Rodengo Saiano, na região da Franciacorta (entre as cidades de Brescia e Bergamo), que e famosa pelos seus vinhos espumantes (método champagnoi). A fundação da abadia e do inicio dos anos 1000 quando ainda florescia em muitas regioes da Europa o esplendor de Cluny. Os três claustros da abadia são brancos de mármore de Boticcino (que e o mesmo mármore uitizado para a construção do Altar da Pátria ou monumento a Vittorio Emanuele II e que e mais conhecido como bolo de noiva ou maquina de escrever no centro de Roma, ao lado do Campidoglio e enfrente a Piazza e Palazzo Venezia) e o seu grande refeitório (atualmente usado para grandes festas, palestras e recitais musicais) e todo com afrescos, assim como a sua igreja abacial, a sala que antecede o refeitório, os aposentos abacial, vários artistas do 400 e 500 afrescaram aquelas paredes internas da abadia e o mais celebre era o Romanino.
O grande corredor no andar superior, com mais de 100 metros de comprimento e com 10 metros de largura e com pe direito altíssimo e o local das selas monásticas, e que une ao andar superior do grande claustro e a varias outras salas capitulares e a grande biblioteca. O pavimento do corredor e revestido de tijolos com vários séculos, e por quase um ano, dediquei-me a restaurar tijolo por tijolo, principalmente naqueles finais de tarde, de muita nevoa e neblina, em que o sol às vezes levava mais de uma semana para dar o ar da sua graça e o seu brilho.
A comunidade era pequena, poucos monges; Don Giulio (o prior claustral), Don Simone (pároco), Don Antonio, Don Enrico, Don Plácido, e Don Nicola (don Nicolino) por ser o mais jovem e um grande artista. Também vivia na abadia como familiar o Renato, um tanto estanho e nervoso homem que vivera anos na Legião Estrangeira e que participara de varias guerras na Africa e na Ásia. Mas era um bom amigo e prestativo em fazer pequenos reparos elétricos e hidráulicos na abadia, e também por um tempo cuidara do apiário e fazia pequenas plantações de morangos.
Lembro com saudade de Don Giulio e o nosso inseparável cigarrinho, o seu vozeirão, os seus gritos quando brigava, e a sua paixão em transformar a abadia em um grande centro de cultura monástica os dias que antecederam a sua morte, eu estando ao seu lado quando reparei que estava entrando em estado de coma e chamei pelo telefone toda a comunidade, o transporte de helicóptero do hospital de Brescia para o Centro de Reanimação Intensiva em Desenzano Del Garda. Don Giulio era milanês de pais sardos e em nada parecia ser um monge, mas era realmente um homem de grande coração.
Don Simone, era o ecônomo e pároco da Igreja abacial de San Nicola, sempre as voltas com as crianças e jovens do Oratório, com os casais que iam preparar-se para o matrimonio, manteve sempre uma saudade do Brasil, dos anos em que residiu na abadia de Ribeirão Preto, e que fora um dos períodos mais florescente da congregação olivetana no Brasil. Também sempre preocupado com a sua dieta para emagrecer e com a sua Vecchia Signora (La Juve, ou seja o Juventus de Turim). Don Antonio Mariani, era o mais ancião da comunidade, a historia viva da ordem e fora o primeiro a chegar em Rodengo Saiano, quando no inicio dos anos 70 o Papa Paulo VI solicitou que os monges olivetanos voltassem à abadia, após um período de mais de 200 anos em que os claustros e celas da abadia foram ocupados por famílias de pobres agricultores quando da invasão napoleônica a península itálica e durante a II Guerra Mundial também fora ocupada por tropas nazistas, transformado-a em um quartel general. Rodengo Saiano e vizinha a cidade de Concesio, terra natal da família Montini, ou seja, terra natal do Papa Paulo VI e do Senador Ludovico Montini (irmão de Paulo VI) e os irmãos Montini quando jovens iam fazer passeatas dominicais na Abadia. Assim e que Don Antonio foi transferido de Monte Oliveto Maggiore para dar luz ao renascimento da vida monástica na antiga abadia, juntamente com outros monges e que com dedicação e humildade ate pouco tempo antes de falecer andava com mais de 90 anos de idade, andava com a sua bicicleta a celebrar a missa diária e a confessar as religiosas de Santa Maria Bambina no município de Castegnato, também era sempre atento ao telefone e a portaria do mosteiro e com alegria imensa recebia os turistas e que vinham conhecer a grandiosidade artística da abadia. Nos momentos livres em sua sela era a organizar e a escrever cartas para o mundo inteiro solicitando selos, era apaixonado por filatelia e recolhia sempre após o almoço os caroços de azeitona para fazer rosários e vender na bodega da Abadia, juntamente com as publicações de Don Giulio, o mel e licores produzidos na abadia

6) Rodingus

La fondazione dell'abbazia di Rodengo nel panorama dell'architettura bresciana fra Quattro e Cinquecento / Volta, Valentino - In: La regola e lo spazio. Potere politico e insediamenti cittadini di ordini religiosi (2004)

2 San Nicolo di Rodengo. Un monastero di Franciacorta tra Cluny e Monte Oliveto // Spinelli, Giovanni; Begni Redona, Pier Virgilio; Prestini, Rossana [Hrsg.]. Rodengo Saiano, 2002
3 Il priorato cluniacense di Rodengo (1084-1446) / Spinelli, Giovanni - In: San Nicolo di Rodengo. Un monastero di Franciacorta tra Cluny e Monte Oliveto (2002)
4 Dove va la storiografia monastica in Europa?: temi e metodi di ricerca per lo studio della vita monastica e regolare in età medievale alle soglie del terzo millennio ; atti del Convegno internazionale Brescia-Rodengo, 23-25 marzo 2000 // Andenna, Giancarlo [Hrsg.]. Milano, 2001
5 Proprietà e produzione agricola in ambito monastico: San Nicola di Rodengo (secoli XI-XIV) / Gatti, Nerina - In: Vites plantare et bene colere. Agricoltura e mondo rurale in Franciacorta nel Medioevo (1996)
6 S. Nicola di Rodengo in Franciacorta: studi recenti sul monastero / Bettelli Bergamaschi, Maria - In: Medioevo monastico nel Bresciano (1995)
7 Somario di instrumenti del Monasterio di Rodengo // Bezzi Martini, Luisa [Hrsg.]. Brescia, 1993
8 Il priorato cluniacense di San Nicola di Rodengo. Linee di ricerca. Documenti tra fine secolo XIII e secolo XIV / Gatti, Nerina . Brescia, 1993
9 Il monachesimo italiano dalle riforme illuministiche all'unità nazionale (1768-1870). Atti del II Convegno di studi storici sull'Italia benedettina. Abbazia di Rodengo, Brescia, 6-9 settembre 1989 / Monachesimo Italiano Riforme . Cesena, 1992
10 S. Nicola di Rodengo in Franciacorta: studi recenti sul monastero / Bettelli Bergamaschi, Maria - In: Nuova rivista storica 74 (1990)
11 The palazzo Rodengo in Gottolengo: an unknown project of Ludovico Beretta / Jacks, Philip Joshua - In: Arte lombarda. Rivista di storia dell'arte 92/93 (1990)
12 L'abbazia di Rodengo sulle colline bresciane della Franciacorta / Bonini Valetti, Irma - In: Civis. Studi e testi 9, 27 (1985)
13 L'abbazia di Rodengo sulle colline bresciane della Franciacorta / Bonini Valetti, Irma - In: Civis. Studi e testi , 27 (1985)
14 Le più antiche carte del priorato Cluniacense di Rodengo (Brescia) / Guerrini, Paolo - In: Benedictina. Rivista di studi benedettini 3 (1949)
15 Gli affreschi di Lattanzio Gambara nell'Abbazia olivetana di Rodengo / Begni Redona, Pier Virgilio . Abbazia di Monte Oliveto Maggiore.


sábado, 10 de maio de 2008

Montanha - Abismo

Frontalidade e dualidade:
a aceitação do homem ambiguo.
reciprocos estranhos transfigurados
recriados
vamos diferentes todos degradados
puros montanha-abismo
queda-muro amar-nos como tais
bilaterais frontais.

Eduarda Chiote - Esquemas, 1974

Transcendência da Exultação









" Um Périplo de Incandescência,

um coruscante rodopio,

o frêmito da esmeralda,

um fugaz e rútilo brilho"


Emily Dickinson, trad. Judith Cortesão

Fernando Pessoa


Obrigado Fernando Pessoa!

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo excessivamente, Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas E toda a realidade é um excesso, uma violência, Uma alucinação extraordinariamente nítida Que vivemos todos em comum com a fúria das almas, O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos. (...)


(Afinal, Fernando Pessoa em Álvaro de Campos)

VIAGEM E AMOR

Contardo Galligaris escreveu na Folha de São Paulo (nov.2007) um paralelo sobre viagem e amor, auxiliado pelo “O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago. A referência e o que Calligaris esboça são tão complementares que é impossível separar ao longo do texto de quem é a moral. Contudo, acima de tudo, amores e viagens possuem uma mesma alma e uma coisa pode conviver com a outra. Ambas são a descoberta de um desconhecido que nos transformam por dentro. Embora em muitos casamentos as viagens de descobrimento parem, acontecendo por conveniência e talvez levando à separação pela inflação da rotina.Já fiz muitas viagens e com isso tive mudanças, já me apaixonei por pessoas que me fizeram ter um jeito diferente. Em ambas as situações tiveram suas maneiras tranquilas ou violentas. No caso do conto de Saramago a Ilha Desconhecida pela qual procuramos não precisa ser um lugar, pode ser uma pessoa. Sobre a questão das viagens eu penso que estou na reta final para ser tranquilo em meu furor por conhecimento, a cada dia me sinto melhor comigo mesmo pelos lugares por onde andei.
Porém, quando se trata de amor o chão não é tão firme. Não há certezas, insegurança, muitos sacrifícios e o pensamento do quanto tudo isso é válido. As viagens podem ser horríves e você recolhe suas coisas e retorna. É muito mais simples do que enfrentar uma crise de amor. As situações podem ser mais desesperadoras e há a responsabilidade tão pregada pela raposa ao Pequeno Princípe. E ainda, existe também o processo de descobrimento do outro tão imprevisível, mais do que dias initerruptos de chuva em acampamento. "Os outros não são nenhum inferno, são uma viagem. Agora, para amar, como para viajar é preciso ter determinação e coragem", como atesta a moral da coluna de Calligaris e possivelmente o conto de Saramago.
Estou viajando em uma pessoa, com tentações de viver isso plenamente. E tenho uma viagem destas para a Ilha Desconhecida agendada. Penso que as duas coisas são possíveis, pois junto com os dizeres desse próprio texto, elas caminham juntas. Espero pelo inesperado.
Keila Vieira

Semana Santa em Monte Oliveto Maggiore





Era marco de 1989, primeiros dias de primavera e no domingo de Páscoa seguinte iniciava o horário de verão italiano. Uma quarta-feira e viajava de trem de Milão para Florença e apos Siena em que pegaria um terceiro trem para a cidade de Asciano, nos dia precedentes já estivera com a irmã de meu bisavó, Zia Carolina (98 anos), minhas primas Carla, Mariuccia, e Rita em Arona, uma cidade turística as margens do Lago Maggiore, também estivera no colégio das freiras Rosminani na cidade de Stresa, em que minha nonna Stella, quando jovem e antes de voltar ao Brasil estivera interna com a sua irma mais velha; Tia Rolinha (Ruth). Também estive na celebre cidade de Legnano na província de Milão, em que Alberto da Giussano travou celebre batalha com Frederico Barba Vermelha, e que hoje (infelizmente) e o monumento de Giussano em uma pequena praça enfrente a antiga industria Franco Tosi o símbolo (logo) da Liga Norte de Umberto Bossi.
Mas voltemos a Toscana e as suas colinas verdejantes em que o trem percorria em pequenos aclives e declives, quanto mais tarde ficava, uma tensa nevoa (neblina) ofuscava a minha visão e ja quase noite cheguei a Asciano, sabia que ir para Monte Oliveto Maggiore seria tarde, não tem ônibus naquele horário, também nao avisara aos monges da minha chegada e estava com frio e fome para fazer uma caminhada de quase oito quilômetros. Caminhei pelas ruelas de Asciano e encontrei um pequeno alberghe e ali arrumei um simples quarto e antes de deitar fui ao restaurante do hotelzinho e tomei uma ótima minestroni com pão e vinho da casa. Fumei um cigarro e fui dormir. Ao amanhecer apos o banho diário e la prima colazione (café expresso e uma brioche), telefonei de um aparelho publico (ainda a gettoni ou seja fichas) a Abadia de Monte Oliveto Maggiore e falei com o hoje falecido Fra Paolo Eppers, que era quem cuidava da pequena loja de souvernirs do mosteiro. E assim em pouco mais de meia hora dois jovens monges de habito branco chegavam de automóvel para me levar ao aquicenobio olivetano. Eram Don Celso Bidin (celeleiro ou ecônomo da abadia) e Don Luca Boldrin (da Abadia Olivetana de Lendinara) que fazia o noviciado na Casa Madre dos monges Olivetanos.
Don Celso dirigia o seu Fiat Panda (4x4) velozmente pelas curvas sinuosas da estrada que leva ate o eremiterio, o dia era de sol, céu azul ,e não fazia frio e observava as placas de sinalização de advertência que na estrada cruzava animais selvagens e para não correr no inverno, devido ao gelo que formava-se na estrada estreita e de mil e uma curvas.
Quem vem de Asciano não possui uma panorâmica geral da abadia, somente quem vem do sentido contrario através de Buonconvento e Nazaria. Assim, não tive o prazer de ver pela primeira vez aquela construção majestosa de tijolinhos quase que vermelhos em sua totalidade, mas ao ver a torre com a sua ponte monte (como aqueles castelos medievais que encontrava somente na minha imaginação infantil e nos livros de historia e lendas), me senti chegando a um paraíso medieval, parado no tempo.
Apos percorrer algumas centenas de metros da torre ate o cenóbio, circundado de inúmeros ciprestes e que me deparei com o meu objetivo: o que estaria a fazer naquele local, ali seria por um bom tempo a minha residência, o meu trabalho, ou seja o meu Orat et labora. Chegamos, descarreguei as malas, fui apresentado a Fra Paolo e logo em seguida ao Padre Abade Geral; que era uma figura mansa, calma, de fala baixa e de uma simplicidade incrível; Don Maurizio Contorni e ao Padre Prior Claustral, o francês Don Bernardo Di Martin que mandou providenciar um pequeno apartamento para mim na foresteria monástica, a Abadia era com todas as suas inúmeras celas monásticas plena de sacerdotes e religiosos que vieram fazer exercícios espirituais e retiro monástico naquele período pascoal. A foresteria também era plena de turistas e de leigos que reservaram com muita antecedência aquele local para passar a Páscoa, e assim tive a oportunidade naquelas noites de conviver com muitos jovens italianos, alemães, holandeses e de outras nacionalidades européia que ali foram buscar algo a mais, ou mesmo refugiar-se de um mundo que mudava rapidamente em seus modos e costumes. Já naquela manha participei das solenes liturgias sentado em minha stala no Coro Monastico da Igreja Abacial de Monte Oliveto Maggiore.
1 S. Gregorio al Celio im Quattrocento: Abt Amatisco, Reform von Monteoliveto und Stilinnovation / Senekovic, Darko - In: FS Peter Cornelius Claussen (2004)
2 Alcuni esempi di "litterae participationis" dei monaci benedettini di Monteoliveto / Cattana, Valerio - In: Scritti Gregorio Penco (2003)
3 Da Monteoliveto minore al camposanto monumentale della Misericordia / Mazzoni, Gianni - In: Siena, Le Masse. Il terzo di città (1994)
4 Napoli sacra. Guida alle chiese della città. Tl. 4: Santa Chiara, Gesù Nuovo, Monteoliveto, Santa Maria la Nova. Napoli, 1993
5 Corali e minii per Santa Maria di Monteoliveto / Toscano, Gennaro - In: Miniatura a Napoli dal '400 al '600 (1991)
6 Un nuovo disegno del Sodoma per Monteoliveto Maggiore / Zambrano, Patrizia - In: Paragone. Arte. Rivista mensile di arte figurativa e letteratura 41, 487 (1990)
7 A new work by the Monteoliveto master / Vertova, Luisa - In: The Burlington magazine 112 (1970)
8 La fondazione di Monteoliveto di Napoli / Strazzullo, Franco - In: Napoli nobilissima: rivista bimestrale di arte figurative, archeologia e urbanistica 3, 3 (1963)
9 L'abbazia di Monteoliveto / Carli, Enzo . Milano, 1962
10 Il convento di Monteoliveto presso Siena / Liberati, Alfredo - In: Bullettino senese di storia patria. Rivista dell'Istituto d'Arte e di Storia del Comune di Siena 40 (1933)
11 I corali miniati di Monteoliveto Maggiore conservati nella Cattedrale di Chiusi / Di Cocco, Giovanni - In: La bibliofilia. Rivista di storia del libro e di bibliografia 12 (1911)
12 Rivista storica benedettina / ed. dell'Ordine dei Benedettini di Monteoliveto, Roma 1906 - 1955




E Touguinha come sapete non è uno che no si arrende facilmente: è una delle poche persone che conosco che pensa che i sogni si possano realizzare e che tante volte non distingue bene tra sogni e realtà, ma che per questo possiede una grande forza vitale che è anche la forza della cultura, dell’arte e della poesia.


Ada Rabolini Buzzi (Legnano/MI- Italia) 07 agosto di 2007


Sao palavras (em italiano) de minha prima (cugina) italiana, tenho nome e sobrenome de portugues, mas tambem corre o sangue italico em minhas veias, ou piemontes das margens do Lago Maggiore.


" E Touguinha como voces sabem nao e um que nao se arrende facilmente: e uma das poucas pessoas que conheco que os sonhos se possam realizar e que muitas vezes nao destingue bem o sonho da realidade, mas que e por isso que possui uma forca vital que e tambem a forca da cultura, da arte e da poesia."

ABADIA DE MONTE OLIVETO MAGGIORE

Hoje pela manha estava tomando o meu café e lendo os jornais quando ao folhear um dos jornais me deparei com uma fotografia de um local que não me era desconhecido, ao contrario muito conhecido, um dos afrescos de Sodoma que circundam os quatro cantos do grande claustro da Abadia de Monte Oliveto Maggiore, no interior da província italiana de Siena. Lendo o artigo, rapidamente terminei o café e corri para pegar um táxi e ir à Livraria Cultura a fim de participar da palestra e comprar um exemplar autografado de “O Conto do Amor", pelo próprio Contardo Callegaris.
Ao chegar à mesa de autógrafos falei a Callegaris, eu não somente conheço Monte Oliveto Maggiore, mas por alguns anos convivi naquele cenóbio beneditino olivetano restaurando livros e documentos.
A abadia foi fundada pelo jovem e nobre advogado senese " O Beato" Bernardo Tolomei, no inicio dos anos de 1300. Em uma região rural (ainda hoje) de muitas colinas adornadas de ciprestes, ou seja, uma fotografia de calendário tradicional da região da Toscana. E também com muitas oliveiras, pastos de ovelhas, e cultivo de girassol. Não muito distante outros lugares bucólicos como Pieve, Buonconvento, Asciano, Monteriggione, Chiusure, e Montalcino,.conhecida mundialmente pelo consorcio do vinho Brunello di Montalcini, locais a sombra do Monte Amiata.
No próximo irei descrever a minha chegada em Monte Oliveto Maggiore e o tempo em que vivi com os monges e em meio aqueles claustros, livros, coro monástico para as horas canônicas, o refeitório e as minhas costumeiras saídas pela manha e ao entardecer ate o Restaurante da Torre, a entrada da abadia, em que alem de tomar um cafezinho expresso e ler os jornais a disposição dos clientes, também conversava com Giancarlo e Paola, os arrendatários do restaurante de ótima culinária toscana.





CONTARDO CALLIGARIS - O CONTO DO AMOR



PELO AMOR DA ARTE


Contardo Calligaris autografa hoje seu romance "O Conto do Amor"

O romance O Conto do Amor, que o psicanalista Contardo Calligaris autografa na manhã de hoje, radicaliza a proposta simbólica de que a grande arte contém um pouco de cada vida humana. Na trama narrada por Calligaris, misto de ficção e memória, o afresco de um pintor renascentista é a chave para a história de uma vida vivida quase cinco séculos mais tarde.O Conto do Amor é a busca de uma fugidia identidade paterna empreendida pelo protagonista, um psicanalista italiano - essa é apenas uma das coincidências entre o personagem e o próprio Calligaris, milanês radicado há duas décadas no Brasil. O romance parte de um inusitado diálogo entre pai e filho. Em uma cena de grande delicadeza, o pai, enquanto é barbeado pelo filho, conta um episódio de sua juventude, nos anos 1930, quando, ao visitar o convento de Monte Olivetto Maggiore, na costa da Toscana, teve certeza de que, em uma vida passada, viveu como assistente do pintor renascentista que ornou as paredes do mosteiro com episódios da história de São Bento - o italiano Giovanni Antonio Bazzi, também conhecido como "O Sodoma" (1477 - 1549) - personagem que existiu de verdade e foi expoente da arte maneirista que marcou a transição para o barroco.Desconcertado pela inusitada revelação, o filho esquece do assunto e só vai retornar a esse diálogo mais de uma década depois da morte do pai, quando se dedica a visitar os lugares mencionados na conversa para seguir de alguma forma aquela exótica pista lançada. De acordo com o próprio Calligaris, a base da conversa é um episódio real.- O primeiro capítulo é inteiramente, até nos mínimos detalhes, autobiográfico. - confessa, em entrevista por telefone.Calligaris, que morou em Porto Alegre de 1986 a 1994 e hoje tem residência fixa em São Paulo, volta à capital gaúcha para uma palestra sobre seu romance, seguida de uma sessão de autógrafos. Por telefone, se disse feliz com a chance de visitar antigos amigos. O psicanalista italiano e colunista semanal do jornal Folha de S. Paulo já tem outra visita agendada a Porto Alegre. Em 4 de agosto, ele deve realizar uma conferência na cidade como parte do ciclo Fronteiras do Pensamento.

CARLOS ANDRÉ MOREIRA - ZERO HORA - POA - 11 DE MAIO DE 2008